sábado, 11 de dezembro de 2010

O VIDRO, SEUS OPERÁRIOS, PROCESSOS & CONDIÇÕES DE TRABALHO


PROCESSOS DE TRABALHO

Na maior parte da cristalaria utilizavam-se fundamentalmente os mesmos ingredientes que na vidraça. No fabrico do cristal propriamente dito empregava-se também o carbonato de potassa e, no fabrico de copos vulgares, os sulfatos e cloretos impregnados de uma solução mista de carbonato de potassa e potassa cáustica.
Na cristalaria, o oficial trabalhava sentado numa cadeira especial, à boca do forno, com os ajudantes à volta. Um aprendiz colhia, com a «cana», o vidro do pote, passando a outro aprendiz, que o arranjava sobre a
 « marma » . No caso de um copo, os vários ajudantes faziam o bojo e o pé, soprando, e os rapazes executavam tarefas menores, cuidavam das «canas», transportavam as peças, etc.
 O oficial vigiava as operações e procedia depois aos acabamentos mais difíceis. Terminado o trabalho, a obra era transportada nos «pontéis» ou «rocas» para as arcas de tempero, permanecendo ali por algum tempo, recebendo o recozimento necessário até ficar resistente.
Era este o processo de fabrico clássico da chamada «obra feita à boca do forno». Quando se começaram a introduzir moldes de ferro e madeira, a operação simplificou-se. Assim, após arranjado na «marma», o vidro era colocado num molde. O ajudante soprava, ao mesmo tempo que dava um movimento de rotação à «cana», dilatando-se o vidro e tomando a forma do molde. A seguir, o ajudante passava a «cana», com o copo ou a peça que se desejava fabricar, ao oficial que lhe fazia os acabamentos, servindo-se dos ferros, das pinças e «palmatórias» .
Depois, o cristal era escolhido, seguindo uma parte para a «roça» e outra para a lapidagem, onde era polido e ornamentado. Os cristaleiros eram o subgrupo que mais pessoal auxiliar possuía: lapidário, escondedores, rolhistas, fosquistas, pintores, gravadores, etc.
O vidreiro stricto sensu, uma minoria privilegiada dentro da força laboral, distinguia-se por soprar o vidro. Vidreiros eram apenas os homens do forno, enquanto os outros para eles preparavam a matéria-prima ou faziam os acabamentos nas peças produzidas.




AS CONDIÇÕES DE TRABALHO

Os ritmos de trabalho eram, em grande medida, determinados pela natureza da matéria-prima. A fim de evitar o arrefecimento do material, os vidreiros eram obrigados a trabalhar rapidamente. Era o próprio processo de fabrico que lhes impunha a velocidade de trabalho o que contribuiu para diminuir a necessidade de encarregados. Nas oficinas, o trabalho obedecia incipalmente às exigências do vidro e ao talento do «artista» que comandava a sua equipa. Qualquer alteração, quer nos processos técnicos, quer na divisão de tarefas, aparecia aos vidreiros como uma intromissão indesculpável na sua área de competência, uma inútil alteração às leis da natureza.
As condições de trabalho eram muito más. A reacção mais comum por parte de quem entrava nas oficinas era de espanto perante o ambiente tórrido, de admiração pela articulação gestual dos indivíduos que compunham as diversas equipas e de indignação perante a violência e o esforço físico necessários, quer para o sopro, quer para resistir ao horrendo calor dos fornos abertos, em frente dos quais os vidreiros trabalhavam. Na realidade, a robustez física era um traço indispensável para se ser vidreiro; um bom cilindro de vidraça exigia uma excepcional caixa torácica. Mas, de entre as várias oficinas, as mais insalubres eram, de longe, a sala de composição das matérias-primas e a sala dos fornos, por vezes juntas num mesmo espaço.
As outras oficinas a lapidagem ou a sala de acabamentos, dispunham de um ambiente mais saudável. As composições eram frequentemente feitas ao lado dos fornos, tendo os operários de usar lenços atados à boca para não comerem o pó, devido à poluição do ambiente, quando bebiam água coisa que os vidreiros tinham de fazer constantemente devido ao calor , aquela lhes sabia horrorosa mente mal.
No geral as instalações fabris eram barracões pequenos e baixos, com falta de ventilação e falta de ar, normalmente com o chão em terra batida. Mais graves eram, contudo, as doenças profissionais. Aos 40 anos o vidreiro estava incapacitado, sendo as taxas de mortalidade muito elevadas a partir desta idade. O calor constante, a sede e o pó dentro das oficinas faziam das doenças pulmonares um flagelo. Além disso, como as canas tocavam em várias bocas, o perigo de contágio era grande. Outro aspecto relevante era o facto das relações pessoais dentro das oficinas serem hierarquizadas, os oficiais tinham de manter disciplinado um punhado de homens além dos garotos, mais difíceis de sujeitar à dureza das tarefas e disciplina.
A brutalidade com que eram tratados os miúdos do vidro surpreende o observador contemporâneo. Regra geral batia-se muito, a prática da pancada era a forma de «Endurecer» os filhos, uma forma de socialização infantil na vida brutal das fábricas.

 Mesmo descontando alguns exageros de quem relembra a infância, eis o que disse um velho vidreiro:
 Batiam, nesse tempo batia-se muito. O meu irmão era muito raro o dia em que a    minha mãe não lhe tivesse que lavar o nariz com sangue a correr das bofetadas que lhe davam.
E outro:
 Eram bofetadas, eram pontapés, era de qualquer forma, era sempre a andar.
O jornal “A Batalha” por várias vezes se fez eco de agressões feitas a menores, encarregados que esbofeteavam crianças, patrões que davam socos em aprendizes, lamentando que os pais levassem os filhos para aqueles «matadouros infernais» .

Mas é preciso não esquecer que o acesso ao ofício de vidreiro era, por si só, um privilégio, sendo pois natural que mesmo os aspectos mais brutais da aprendizagem acabassem por ser esquecidos.



1 comentário:

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