domingo, 28 de novembro de 2010

Continuação das histórias da minha terra, a mata e sua exploração


É a maior das matas que temos no nosso país, e a ela devemos, sem dúvida, o nome e a vida da Marinha Grande. O primeiro administrador geral que teve esta importante mata foi o Tenente-Coronel de Engenharia Frederico Luiz Guilherme de Wernhagem, que o governo constitucional contratou na Alemanha para ensinar a tirar proveito da soberba floresta. Foi homem conhecedor em silvicultura e que  muito contribuiu para a boa cultura, conservação e engradecimento do pinhal de leiria.
Foi o desenvolvimento e aproveitamento desta riqueza, que levou ao aparecimento das joias que tento retratar a seguir.






O Caminho-de-ferro Americano foi instalado na Marinha Grande cerca de 1857. Foi construído inicialmente com carris de madeira, substituídos em 1861 por carris de ferro. Fazia a ligação entre a Marinha Grande (desde a estação de Pedreanes, passando em frente da Real Fábrica de Vidros) a São Martinho do Porto. Ainda hoje existem as duas antigas estações de Pedreanes e São Martinho do Porto, cuja arquitectura é igual, construída em 1856. Posteriormente, em 1923, foi instalada no interior da mata, uma rede de carril com cerca de 30 km de extensão destinada ao transporte de madeiras por um outro comboio movido a vapor, denominado Comboio-de-lata. Este último fazia o transporte de madeiras do interior do Pinhal para a serração de pedreanes, e até à estação de caminho-de-ferro da cidade. O Comboio-de-lata persiste até hoje na memória afectiva de muitos marinhenses, uma vez que no passado esteve disponível à população da Marinha Grande para passeios turísticos em datas festivas.

Em 1859, é dada autorização a Bernardino José Gomes para construir um edifício para a instalação de uma fábrica de resinagem na Marinha Grande. No interior do edifício existiu um pátio de depósito e purificação de resinas. Por despacho governamental em 27 de Fevereiro de 1900, foi cedido um espaço desta fábrica à recém-formada “Associação dos Bombeiros Voluntários”. Em 1942, foi inaugurado neste mesmo edifício o Mercado Municipal, mercado que até esta altura se realizava em plena rua. Hoje, o Mercado Municipal está noutra zona.


Ainda nos dias de hoje existem vestígios da fábrica de ferro inaugurada a 6 de Março de 1866, equipada com um alto-forno construído segundo um sistema moderno, obra colossal de tijolo e ferro, esta empresa pertencia à Companhia de ferro e carvão Lda. Segundo documentos da época, o facto de não terem sido obtidos resultados e a não existência do combustível necessário no pinhal Nacional, esta unidade teve de parar a laboração no mesmo ano.


A Marinha Grande muito melhorou com esta linha, construída entre 1885 e 1888, projectada inicialmente com vista ao transporte de vidro e madeiras. Foi em 8 de Outubro de 1888, o primeiro dia em que o comboio saiu de Lisboa, passou à Marinha Grande e foi feita uma grande recepção, com muito povo, música, etc.
Muitas mais obras de grande importância falta referir neste trabalho, toda esta sequência histórica veio contribuir para o aumento populacional, devo frisar que também os meus antepassados chegaram para trabalhar na linha do Oeste e por aqui ficaram. A população no ano de 1900 era de 5566 habitantes e em 1920 já contava com 7035 pessoas.



domingo, 21 de novembro de 2010

Viagem às origens da minha terra

 Como Marinhense, nascido e criado nesta terra, toda a sua  história me fascina, na  origem e seu desenvolvimento. Sempre que encontro alguma história, livros ,fotos antigas etc, guardo tudo para mais tarde recordar. Agora surgiu uma dessas oportunidades, ao longo do tempo irei partilhar algumas dessas recordações e material que tenho guardado nas minhas parteleiras.

Nesta busca das origens os relatos mais antigos que encontrei sobre a existência de civilização, do que provavelmente foi o início do que é hoje esta cidade, encontra-se descrito no livro a História da Marinha Grande"

 «Há notícias de que muitos séculos antes de existir a Marinha Grande, já existia próximo, junto do mar, uma povoação que veio a chamar-se S. Pedro de Moel, dada a existência de um surgidouro, provavelmente no local onde é hoje a praia de banhos, os Fenicios ter-se-iam estabelecido ali pelo século XIII a.c., como ponto de apoio para as suas viagens a caminho dos países do norte da Europa».

Posteriormente, desde a ocupação Árabe até aos finais do século XIII, há referências neste local a actividades manufactureiras, quer fosse a moagem da qual o próprio nome (“moel” de “moer”) seria um testemunho, ou outras ligadas à produção de cal ou à mata.
Foi no século XIII, durante o reinado de D. Afonso III, que a História e a vida da Marinha Grande começa a ter alguma expressão, com o início da plantação do Pinhal de Leiria, embora tivesse sido D. Dinis (1279-1325), mais conhecido pelo “Lavrador”, quem intensificou e regularizou as sementeiras, para não só interceptar as areias que os ventos litorais arrastavam para o interior, bem como servir os interesses marítimos e comerciais da Coroa. Com o avançar dos Descobrimentos e a expansão do Império Marítimo Português nos séculos XV e XVI, a exploração do pinhal foi intensificada sendo as madeiras escoadas pelo antigo porto de Paredes e através da Ribeira de S. Pedro até junto ao mar. O pinhal de Leiria foi de grande importancia para os Descobrimentos Marítimos, pois a madeira dos pinheiros foi a usada para a construção das embarcações. O pez (alcatrão vegetal extraído dos pinheiros) foi ainda usado para proteger as caravelas, nalgumas das quais Luís Vaz de Camões viajou, provavelmente também nestas viagens ganhou inspiração para escrever os tesouros que são as suas obras.

Mais tarde, o pinhal de Leiria adquiria tambem muita importância para o desenvolvimento económico e crescimento demográfico da região no século XVII, XVIII e XIX, uma vez que foi dos principais impulsionadores de indústrias como a construção naval, a indústria vidreira, metalurgia e produtos resinosos (através da extracção da goma dos pinheiros, no século XIX), a madeira era usada tanto como matéria-prima como fonte de energia para as indústrias e habitações.
O aparecimento da primeira fábrica de vidros na Marinha Grande data de 1748, “A Real fábrica de vidros”, que foi transferida de Coina devido à falta de matéria-prima. Iniciou a sua actividade em modestas condições produzindo vidraça e copos ordinários.
Guilherme Stephens, súbdito inglês, cidadão de grande empreendimento industrial, querendo desenvolver a indústria vidreira em Portugal, que nesse tempo se limitava a um fabrico muito rudimentar, obteve do grande Marquês de pombal, boas condições para a utilização gratuita de toda a lenha precisa do pinhal nacional, no reinado de D. José I, através de um alvará datado de 7 Julho de 1769 que concede estes privilégios por uma data de 15 anos. Este apoio do reino permitiu ampliar e introduzir nesta industria melhoramentos necessários a poder rivalizar com as suas congéneres existentes nos principais centros da Europa. Este e outros alvarás que concediam direitos e regalias à Real Fábrica foram prorrogados não só a Guilherme Stephens como a várias companhias arrendatárias.  

 
Continua, quando tiver mais algum tempo!

sábado, 13 de novembro de 2010

Histórias do passado


  Na história da Marinha Grande, podemos encontrar literatura que retrata bem o que foi a dureza da indústria do vidro, tive o prazer de ler e estudar um pouco do passado desta Cidade, por isso decidi deixar os animais por agora, e partilhar aqui neste espaço algumas dessas histórias.

O VIDRO  OS SEUS OPERÁRIOS  & PROCESSOS DE TRABALHO
A arte vidreira na Marinha Grande, desde o século XVIII até aos principios do século XX, não foi sujeito a grandes transformações no processo de fabrico, em termos europeus, a mecanização viria muito mais tarde.
A unidade  central de trabalho era o grupo fortemente hierarquizado “a obragem”. No topo, o mestre, fixando o ritmo e a qualidade de trabalho, recrutando e treinando os jovens e determinando até as condições de promoção. O pessoal das equipas mantinha-se o mesmo durante longos anos, o que permitia o desenvolvimento de relações muito intimas. Uma vez que frequentemente os aprendizes eram filhos de mestres, a hierarquia do trabalho vinha, na maior parte dos casos, reforçar relações familiares, já por si autoritárias.
O fabrico da vidraça era, de longe, o trabalho mais violento e que maior robustez física exigia do operário. De pé num estrado, debruçado sobre uma vala seca aberta no soalho, um vidreiro ia soprando através da “cana”, tubo de ferro com cerca de 1,5mts de comprimento, até conseguir um balão cilíndrico de aproximadamente 2 mts, sendo o vidro constantemente aquecido ao mesmo tempo que soprado e agitado dentro da vala, num movimento cadenciado de pêndulo.
 Ao atingir a grossura desejada, o ajudante adicionava um pedaço de massa vítrea  cadente  na extremidade e fazia-lhe um orificio. Com mais um sopro do operário que detinha a “cana”, o orificio alargava-se e, com o auxilio da tesoura, era rasgado. A extremidade  junto à “cana” era cortada, ficando então um cilindro perfeito. Com um ferro frio era-lhe depois passado um traço de alto a baixo, afim de o abrir. Os cilindros abertos eram então transportados até uma estufa e pouco a pouco  aquecidos até que o vidro ficasse de novo maleável. Pela boca da estufa, um dos vidreiros ia tentando estendê-lo até o transformar em chapa. Sob a pressão do calor e do rolo, o cilindro deformava-se até ficar plano.




segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A educação do dito cujo! Cão

O recem chegado novo elemento começou a mostrar sinais de falta de educação, descuidáva-se com facilidade por aqui e por ali, dentro de casa claro! Bom afinal não nasceu ensinado.
Começaram então as aulas de boas maneiras, tentando fazer dele um canideo a sério. Esta tarefa começou a revelar-se dificil pois só ao fim de algum tempo ele começou a perceber como algumas coisas funcionavam.
Outro grande problema era a familia musical que aquela bola de pelo branca albergava, volta não volta, mais um concerto de piano mas tudo muito desafinado.
 Era a famosa banda da Pulga. "Pulga" é o nome comum dos insetos sem asas da ordem Siphonaptera.
As pulgas são  externos que se alimentam do sangue de mamiferos e aves. Elas afectam normalmente animais de estimação, como o gatos, o cães, entre outros.
Uma pulga é capaz de pular a um metro de distância, o equivalente, em proporção de tamanho, a um humano saltar o comprimento de um campo de futebol.

Vistas estas defenições técnicas das hospedeiras, havia que pensar numa solução para substituir esta banda musical, pois assim com estes desacordes não iam a lado nenhum!



ANEDOTAS DE PULGAS


Qual é a diferença entre uma pulga e um elefante?
É que um elefante pode ter pulgas, mas uma pulga não pode ter elefantes
.

Diz uma pulga a outra:
- Será que há vida nos outros cães?

Duas pulgas saiem do cinema.
Diz uma para a outra:
- Vamos a pé ou vamos de cão?